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terça-feira, 1 de novembro de 2011

A doença que mais mata

É como se um pequeno cano de uma vasta rede de tubulações de água de repente ficasse entupido ou se rompesse. E esse dano, mesmo sendo mínimo, matasse de sede boa parte da população - ou toda ela - de uma cidade. É mais ou menos isso que acontece dentro do cérebro quando o fluxo de sangue que passa por uma artéria é interrompido. Sem oxigênio, os neurônios da região atingida morrem em questão de minutos. As funções em que essas células nervosas estão envolvidas, como andar, falar e raciocinar, podem ficar seriamente comprometidas. Quanto maior a demora no atendimento, menores serão as chances de sobrevivência e mais graves - e irreversíveis - serão as seqüelas. Esse é o mecanismo mais comum de um AVC, ou acidente vascular cerebral, popularmente conhecido como derrame.
Trata-se da segunda principal causa de morte no mundo, atrás apenas de problemas cardíacos. A cada ano, 15 milhões de pessoas em todo o planeta são vítimas de derrame. No Brasil, o cenário é ainda mais sério. O derrame é a doença que mais matou nos últimos cinco anos - mais que complicações coronarianas, mais que violência, mais que trânsito. Entre 2000 e 2004, último ano em que os casos foram computados pelo Ministério da Saúde, deixou 317.998 mortos. No mesmo período, o infarto, a segunda principal causa, eliminou 308.944 vidas.
Esse elevado índice se deve a dois motivos: o aumento da expectativa de vida e os maus hábitos dos brasileiros. 'O derrame acontece mais entre pobres e velhos', afirma Paulo Lotufo, superintendente do Hospital da Universidade de São Paulo e autor de diversos estudos epidemiológicos da doença. Mas quase todo mundo tem na família alguma vítima de derrame. E volta e meia a doença chega aos noticiários, quando atinge personalidades como o carnavalesco Joãosinho Trinta, o cantor sertanejo Sérgio Reis, o primeiro-ministro de Israel Ariel Sharon e até mesmo o papa Bento XVI. Agora, avanços científicos, o aprimoramento de técnicas de reabilitação e campanhas de prevenção fornecem novas esperanças no combate ao derrame.
Existem dois tipos de derrame. O primeiro, chamado de isquêmico, acontece pela obstrução de uma artéria por um coágulo de sangue ou pelo acúmulo de placas de gordura. Com a idade, o consumo de comidas pesadas e o aumento do colesterol, essas placas vão se acumulando. Essa é a causa mais comum. A cada cinco derrames, quatro ocorrem dessa maneira.
Foi o que aconteceu com Laércio Pereira da Silva, de 47 anos, zelador de um prédio no bairro paulistano da Vila Mariana. Mesmo com colesterol alto, sempre abusou de comidas gordurosas e bem temperadas. Em junho do ano passado, quando saía de casa para fazer compras com a mulher, sentiu o lado direito do corpo dormente - 'como se estivesse bêbado', diz. Vítima de um derrame isquêmico, foi atendido a tempo em um hospital da rede pública. Refeito do susto, passou a controlar o índice de gordura no sangue. 'Aprendi a lição, comecei a tomar remédios para segurar o colesterol e mudei os hábitos alimentares da família', afirma.
O segundo tipo de derrame é o hemorrágico. É mais raro e geralmente ocorre devido ao rompimento de uma artéria. Também pode acontecer quando explode um aneurisma, que é uma dilatação da artéria. O hematoma formado pelo sangramento afeta o tecido cerebral. Muitas vezes ocorre um inchaço (ou edema), que comprime as estruturas do cérebro e pode ser fatal. A pressão alta é a principal causa desse tipo de derrame. E o consumo de sal, bastante alto no Brasil, só piora esse quadro. A Organização Mundial de Saúde recomenda o consumo de até 2 gramas por dia. Cada brasileiro ingere, em média, seis vezes essa quantidade.
Sônia Maria Gutierre, de 47 anos, dona de um brechó na zona norte de São Paulo, nunca abusou do sal, não sofre de hipertensão nem foi vítima de um aneurisma. Mas teve o azar de sofrer um derrame hemorrágico devido a uma complicação cirúrgica, quando se submetia à extração de um meningioma, um tumor benigno do cérebro, há dois anos. Como já estava em um hospital, foi rapidamente submetida a uma nova cirurgia para drenar o sangue acumulado. Sônia perdeu boa parte da mobilidade do lado esquerdo do corpo e só consegue andar com a bengala de quatro apoios, a qual apelidou, com muito bom humor, de Martinho da Vila. 'Com ela, ando devagar, devagar, devagarinho', diz, em referência a um dos maiores sucessos do sambista.

#Q:A doença que mais mata - continuação:#
'Aprendi a lição. Comecei a tomar remédios para segurar o colesterol e mudei os hábitos alimentares'Laércio Pereira da Silva, de 47 anos, zelador de um prédio no bairro paulistano da Vila Mariana e vítima de um derrame isquêmico no ano passado
Nem todas as vítimas de derrame estão condenadas a ter um dia-a-dia cheio de limitações. O trabalho de reabilitação pode trazer de volta uma vida normal - ou quase. 'Logo após o acidente, outras células nervosas podem migrar para o local atingido e preservar a função afetada', afirma Linamara Rizzo Batistela, presidente da Sociedade Internacional de Reabilitação Médica, com sede na Bélgica, e chefe do setor do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Com exercícios bem orientados e realizados repetidamente, essas células também expandem seus axônios, a parte responsável pela condução dos impulsos nervosos. Esses axônios ocupam então os espaços afetados e transformam a área lesada em funcional novamente.
Dessa maneira, o paciente pode recuperar movimentos perdidos. Com os exercícios motores, a vítima também pode aprender a utilizar outros recursos para realizar as mesmas tarefas de antes - por exemplo, levantar da cama com o impulso de apenas uma perna ou escovar os dentes com a outra mão. 'Em vez de demorar 30 segundos para abotoar uma camisa, o paciente pode levar três minutos. Mas é importante que o faça sozinho, que não se acostume a que outras pessoas realizem tarefas por ele', diz Linamara.
Pacientes em recuperação, como Laércio e Sônia, exercitam-se em salas que simulam quartos de dormir, banheiros, corredores de supermercados. Nesses locais de exercício, o paciente reaprende a executar tarefas domésticas que pareciam impossíveis num primeiro momento. A tecnologia também é um importante aliado. Estímulos elétricos ajudam os músculos a lembrar movimentos esquecidos, como levantar o pé no momento de dar um passo. A aplicação de toxina botulínica, o famoso Botox, um potente bloqueador neuromuscular utilizado para esticar a pele do rosto, também ajuda a enrijecer a laringe e a faringe e, dessa maneira, melhorar problemas de fala.
A cada ano o derrame mata 15 milhões de pessoas no mundo, de acordo com a OMS
A rede Sarah Kubitscheck, com sede em Brasília, desenvolveu uma técnica de recuperação atualmente em uso em diversos países. O método se baseia nos recursos adotados pelo cérebro para suprir determinadas dificuldades. 'Após a lesão, o cérebro procura se reorganizar para funcionar do mesmo jeito', afirma a pesquisadora Lúcia Braga. 'Se a pessoa está com problema de fala, e a ressonância magnética mostra que ela está usando a parte cerebral responsável pelo planejamento para compensar a deficiência, indicamos exercícios específicos para reforçar essa área.' Outra recente descoberta é o uso de progesterona, tanto em homens como em mulheres, até seis horas após o acidente. 'O hormônio ajuda na reparação neuronal na fase aguda', diz Lúcia.
Novas pesquisas científicas também estão trazendo rápidos avanços no tratamento do derrame. A principal esperança são as pesquisas com células-tronco. Um estudo do Hospital Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro, avalia a possibilidade de aplicação das células da medula óssea da própria vítima em seu cérebro. Essas células não se diferenciam em neurônios, mas podem ajudar na recuperação de outras maneiras. Introduzidas por um cateter na virilha do paciente, chegam à artéria cerebral atingida, onde, em tese, produzem fatores neuroprotetores, substâncias saudáveis que ajudam na recuperação da área lesada.
Essas células-tronco também podem gerar pequenas artérias, que facilitam a circulação de sangue e oxigênio. Até agora, dez pacientes passaram pela primeira fase da pesquisa, que avaliou a segurança do método. O passo seguinte é avaliar a eficácia do tratamento. Experiências similares estão sendo desenvolvidas por um grupo japonês e por outro canadense. 'É cedo para cantar vitória, mas estamos muito animados', afirma Hans Fernando Dohmann, diretor-científico do Hospital Pró-Cardíaco.

#Q:A doença que mais mata - continuação:# 
'Depois que sofri o derrame, meu filho escreveu uma carta para o Papai Noel pedindo um abraço de presente' Dolores Mendes, de 47 anos, jornalista de Brasília, vítima de um derrame há três anos
Enquanto esse futuro não chega, o melhor jeito de combater a enorme incidência de derrames é apostar na prevenção. Na opinião de especialistas como o americano Louis Caplan, chefe do departamento de derrame do hospital da Universidade Harvard e uma das maiores autoridades no assunto, e Eli Faria Evaristo, do serviço de emergência de neurologia do Hospital das Clínicas em São Paulo, a incidência da doença pode ser reduzida drasticamente com uma medida relativamente simples: a divulgação para a população dos fatores de risco e dos métodos de prevenção.

Um caso emblemático aconteceu no Estado americano da Geórgia na década de 70. O derrame naquela localidade era considerado quase endêmico. Um estudo traçou o perfil da maioria dos afetados: negros, obesos e fumantes. Os negros têm tendência maior a sofrer de hipertensão. A obesidade também leva a problemas de pressão alta. A nicotina provoca o afunilamento dos vasos sanguíneos. Uma forte campanha de conscientização, alertando sobre os perigos de um estilo de vida pouco saudável, foi feita na capital, Atlanta. Em apenas cinco anos, os casos caíram à metade.
Células-tronco da medula da própria vítima, aplicadas no cérebro, podem ajudar na recuperação
No Brasil, esse trabalho ainda engatinha. No ano passado, a Academia Brasileira de Neurologia instalou postos informativos em shopping centers, hospitais, aeroportos e centros de conveniência de postos de gasolina de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Fortaleza, Recife, Goiânia e Belém. Neste ano, a campanha será repetida em junho - o dia 24 foi eleito como a data de combate ao derrame. Os folhetos distribuídos orientam sobre a adoção de um estilo de vida saudável, que inclui manter o peso, controlar a pressão e praticar atividade física. 'São medidas de longo prazo, que evitam o acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias e riscos de hemorragia', afirma Rubens Gagilarid, diretor da associação e neurologista da Santa Casa, em São Paulo.
O desafio não é apenas ensinar procedimentos que possam evitar um derrame. As precauções são praticamente as mesmas adotadas contra o infarto, também uma doença vascular, porém muito mais divulgada e conhecida pela maioria da população. O principal problema é reconhecer os sintomas. 'É comum a vítima ir deitar-se ao sentir um formigamento no corpo achando que a sensação vai ter passado quando acordar', afirma Ronie Piske, neurorradiologista do Hospital Beneficência Portuguesa. 'Essa demora pode ser fatal. Quanto mais tempo o cérebro fica sem oxigênio, menores são as chances de sobrevivência e de recuperação.'
Muitas vezes os sinais podem ser um alarme falso. Sintomas como fraqueza muscular, paralisia, perda de sensibilidade e de fala e dificuldade de visão podem surgir e depois desaparecer em minutos. É o que os médicos chamam de acidente transitório. Mas ele também exige muita atenção, pois funciona como um alerta. Uma pesquisa da University Medial Centre de Utrecht, na Holanda, revelou que 54% das pessoas que sofrem um ataque transitório têm um derrame em até dez anos.
Nos dois tipos de derrame - o isquêmico e o hemorrágico -, o tempo no atendimento da vítima é primordial. No caso do hemorrágico, o procedimento mais adotado é a cirurgia, para drenar o sangue acumulado. No caso do isquêmico, remédios chamados trombolíticos são usados para dissolver o coágulo ou a placa que obstrui a artéria. Quanto antes o paciente for assistido, menor será o número de células nervosas atingidas. O período ideal desse atendimento, conhecido como janela terapêutica e estabelecido por padrões internacionais, é de até três horas após o surgimento dos primeiros sintomas. Quando isso acontece, o risco de o paciente ficar com seqüelas diminui em até 30%.
#Q:A doença que mais mata - continuação:#
'Sabia que tinha uma probabilidade alta de sofrer um derrame. Por isso mudei para perto do hospital'Affonso Giaffone Jr., de 62 anos, empresário de São Paulo, vítima de um derrame há três meses
Esse prazo, no entanto, ainda está distante da realidade. No Brasil, apenas um terço dos pacientes recebe os primeiros socorros em até seis horas. Nos EUA, a maioria das vítimas demora em média 12 horas para ser atendida. A necessidade de reduzir esse intervalo de tempo levou hospitais americanos de ponta a desenvolver recentemente processos de atendimento apelidados de stroke center (stroke é o termo usado em inglês para derrame). A idéia já começou a ser implementada também no Brasil. Trata-se de um protocolo de ações que elimina trâmites burocráticos. Assim que um paciente entra no hospital, uma equipe multidisciplinar de oito a dez médicos é acionada. Rapidamente, a vítima passa pela sala de triagem, onde os primeiros sinais são identificados, pela tomografia computadorizada e pela ressonância magnética, para confirmação do diagnóstico, e finalmente pelo departamento de hemodinâmica, onde é ministrado o trombolítico.
Sem essa organização, o paciente estaria sujeito a perder horas em guichês preenchendo fichas de identificação e solicitações de exames. 'É como se tivéssemos eliminado as paredes do hospital', diz Miguel Cendoroglo Neto, chefe do stroke center do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, um dos pioneiros nesse tipo de atendimento no Brasil. Em um ano de funcionamento, o centro do Einstein tratou cerca de 200 pacientes com suspeita de derrame. Metade teve o diagnóstico confirmado e passou pelo procedimento completo. No fim do ano, o hospital será avaliado por auditores da Joint Comission, uma organização não-governamental americana que atesta a qualidade de centros médicos. Até agora, somente stroke centers de hospitais americanos receberam esse certificado.
No Brasil, apenas um terço dos pacientes recebe atendimento em menos de seis horas
O empresário aposentado e ex-piloto de corrida Affonso Giaffone Júnior, de 62 anos, foi um desses pacientes atendidos no Einstein. Sedentário e fumante, já havia sofrido dois infartos. Para se prevenir de um próximo, ele se mudou no ano passado de Alphaville, um condomínio afastado de São Paulo, para um loft ao lado do hospital. Em janeiro, Giaffone almoçava em um restaurante nas proximidades quando sentiu perda de mobilidade do braço direito. Foi atendido em 20 minutos. Entre a realização de todos os exames e até receber o trombolítico passaram-se menos de duas horas. Devido à rapidez do procedimento, não ficou com nenhuma seqüela. 'Estou completamente recuperado. É como se nunca tivesse acontecido nada', diz.
A jornalista Dolores Mendes, de 47 anos, não teve a mesma sorte. Em uma noite de abril de 2003, ela perdeu as forças e caiu no chão de seu apartamento em Brasília. O marido estava viajando com o filho Arthur, então com 2 anos. Dolores só foi encontrada na manhã seguinte por uma amiga com quem tinha combinado de viajar. Foram 13 horas sem atendimento, oito dias em um Centro de Tratamento Intensivo e mais oito dias em um quarto de hospital. Dolores voltou para casa de cadeira de rodas, com o lado esquerdo do corpo paralisado. Com o trabalho de reabilitação, voltou a andar. A última grande vitória ocorreu na véspera do Natal do ano passado. O maior incentivo partiu do filho, então com 4 anos. 'Quando Arthur me ditou uma carta para enviar a Papai Noel, descobri que o presente que ele mais queria era um abraço meu', diz Dolores. Ela viajou até Belo Horizonte para se consultar com um acupunturista. O tratamento deu resultado. Na noite de Natal, dois anos e oito meses depois do acidente vascular, Arthur recebeu seu presente.

#Q:De que se morre no Brasil:# 
As principais causas
(número de mortes entre 2000 e 2003)
Fonte: Ministério da Saúde

Corrida contra o TEMPO
Por que cada minuto é precioso para reduzir o impacto do derrame
45 minutos
3 horas
12 horas



#Q:Uma bomba na CABEÇA:#
Os mecanismos que levam ao acidente vascular cerebral (AVC) e como se proteger dele
HEMORRÁGICO
15% dos casos

Como reconhecer
Alguns dos principais sintomas do AVC

Como prevenir um AVC
Os fatores de risco e como evitá-los


#Q:Casos reais:#

#Q:Como nos seriados de televisão:#
Nos Centros contra Derrame,
equipes de médicos correm contra o tempo para aumentar a chance de sobrevivência e reduzir o alcance das seqüelas do paciente




#Q:Entrevista - 'Ótimos hospitais':#
José Cohen, cirurgião que operou Sharon, diz que o Brasil tem centros de excelência para tratar o AVC.
CELEBRIDADE
Cohen foi eleito no ano passado uma das 50 personalidades de Israel
O neurologista José Cohen, de 39 anos, já era uma celebridade em Israel mesmo antes de ter operado o primeiro-ministro Ariel Sharon, em janeiro. Eleito no ano passado uma das 50 personalidades do país, ele foi o responsável pela implantação do serviço de neurocirurgia endovascular, uma especialidade de cirurgia por meio de catéteres, no hospital Hadassah, em Jerusalém. Nascido em Rosário, na Argentina, filho de pais judeus, está radicado há cinco anos em Israel.
ÉPOCA - O que foi feito em Ariel Sharon?
José Cohen 
- Foram feitas três cirurgias. A primeira foi para evacuar o hematoma e reduzir a pressão dentro do crânio. Na segunda, tiramos osso do crânio para dar espaço, porque depois de dias o cérebro inflama e aparece o que chamamos de edema. A terceira consistiu em ampliar a descompressão.
ÉPOCA - Sharon havia sofrido um derrame isquêmico. Devido ao trombolítico, sofreu um segundo derrame, desta vez hemorrágico. Como isso acontece?
Cohen
 - O trombolítico é um anticoagulante que produz efeitos indesejáveis, como o favorecimento de hemorragia em distintos lugares do corpo. É um quadro comum, e um risco, mas não havia outra opção.
ÉPOCA - O senhor conhece o atendimento médico no caso de derrames no Brasil?
Cohen
 - Seu país não tem motivos para invejar nenhum outro. Há centros excepcionais em Curitiba, em São Paulo, com médicos como o doutor Ronie Piske (do Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo).
ÉPOCA - Hospitais brasileiros já possuem stroke centers. Esses centros devem melhorar o atendimento?
Cohen
 - Sim. O objetivo dos stroke centers é tratar o paciente que sofreu acidente vascular cerebral logo nas primeiras horas. Quando isso acontece, o prognóstico é muito melhor. Isso é uma tendência em todo o mundo.
ÉPOCA - Qual a medida mais eficaz contra o derrame?
Cohen 
- A primeira providência é controlar os fatores de risco. Conter a hipertensão, o diabetes, reduzir o consumo de tabaco, controlar o colesterol e as enfermidades cardiovasculares que geram acidentes vasculares cerebrais. Se conseguirmos conscientizar a população desses 'assassinos', o passo seguinte é investir nos stroke centers.
ÉPOCA - Já é possível saber como ficará Sharon?
Cohen
 - Não sabemos. Pode demorar muito para se conhecer o alcance das seqüelas. Temos de esperar. Tudo depende de fatores individuais e do destino.

#Q:Teste:#
Idade, alimentação e atividade física são os principais fatores para avaliar os riscos de derrame 

1. Qual é sua faixa de idade? 
A) Inferior a 50 anos
B) De 51 a 60 anos
C) De 61 a 70 anos
D) Superior a 70 anos
2. Qual é sua rotina de atividade física?
A) Pratica atividade física de quatro a cinco vezes por semana
B) Pelo menos três vezes por semana
C) Faz caminhada uma vez por semana
D) Não pratica nenhum esporte
3. Quando pratica alguma atividade física de uma hora, você:
A) Termina o exercício sem problemas e está disposto a fazer outro
B) Somente depois de duas horas sente cansaço
C) Sente cansaço e nem termina a atividade após 30 minutos
D) Por causa do cansaço, desanima logo nos primeiros dez minutos
4. Sua alimentação é:
A) Equilibrada, com legumes, verduras e frutas
B) Equilibrada, mas come frituras e guloseimas quase todos os dias
C) Prefere comer lanches a comida e de vez em quando come frutas
D) Rica em gorduras e não tem horário certo para as refeições
5. Qual é a quantidade de sal que você coloca na comida?
A) Pouco sal
B) Na medida certa
C) Em alguns alimentos coloca mais sal
D) Gosta de sal e comidas bem temperadas
6. Quantas vezes você consome doces por semana?
A) Somente nos fins de semana
B) Duas vezes por semana
C) Todos os dias uma pequena porção
D) Todos os dias, sem mensurar a quantidade
7. Sua pressão arterial está:
A) Controlada
B) Quando sente um desconforto, mede a pressão para checar se está regular
C) De vez em quando checa a pressão
D) Não liga para isso
8. Como anda sua glicemia (taxa de açúcar no sangue)?
A) Faz exames anualmente para saber se está tudo bem
B) Tem diabetes, mas está sob controle
C) Tem diabetes, mas prefere comer tudo a passar vontades
D) Desconhece o assunto
9. Se você leva uma fechada de um carro no trânsito, você:
A) Não liga
B) Responde, mas não se incomoda com aquela atitude
C) Fica de mau humor, mas segue viagem
D) Fica nervoso e tenta seguir o carro para devolver a agressão
10. Quando leva uma bronca de seu chefe por um motivo simples, você:
A) Não se incomoda e explica o ocorrido de forma serena
B) Fica chateado no momento, mas depois passa
C) Responde no mesmo nível de grosseria
D) Pede demissão e não suporta a agressão
11. Quantas horas você trabalha por dia?
A) Seis horas
B) Oito horas
C) Dez horas
D) Doze a quatorze horas
12. Você fuma?
A) Não
B) Apenas um ou dois cigarros no fim de semana com os amigos
C) Fuma diariamente pelo menos seis cigarros
D) Fuma diariamente mais de dez cigarros
#Q:Resultado:#
Assinale as alternativas e conte quantas letras você mais marcou
Se a maioria for a letra A - Parabéns. Você tem poucas chances de ter um AVC. A prática de esportes, alimentação balanceada e bons hábitos são importantes para a prevenção

Se a maioria for a letra B - Você é uma pessoa equilibrada e, conseqüentemente, os riscos de sofrer um AVC são pequenos diante do histórico apresentado. Mas não descuide da prevenção

Se a maioria for a letra C - Sua situação é limítrofe. Você deve reavaliar seus hábitos e comportamentos e cuidar mais da saúde para reduzir a chance de sofrer um AVC

Se a maioria for a letra D - Muito cuidado. Você deve fazer checkups regularmente, praticar esportes, adotar uma alimentação mais balanceada e buscar alternativas para viver sem estresse 

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